Header Ads

Histórias e curiosidades do Giro de Itália (Parte II)



Já leste a parte um? Passa aqui antes de continuar.

O primeiro ciclista "fenómeno" da prova
O italiano Afredo Binda conhecido como "O Antipático" por ser muito frio e super determinado mostrou toda a sua força ao vencer umas incríveis 12 etapas em 1925, chegando a Milão com 27 minutos de vantagem. 

Agora uma história que pode ser um contrassenso, é que rezam as crónicas que numa das chegadas, mais concretamente em Nápoles, Binda venceu a etapa, correu em direcção à banda de música e começou a soprar freneticamente num trompete, mostrando que ainda tinha fôlego. Agora fica a questão se o terá feito por ser o tal "mal-disposto" a provar que era mesmo bom, ou se o fez por ser simpático e cai por terra a alcunha que tinha.

Passemos a uma questão impensável nos dias de hoje! Na edição de 1930, Binda foi convidado a ficar em casa, depois de ter vencido facilmente em 1925, 1927, 1928 e 1929, pois a sua superioridade esmagadora "esfriava" a disputa. Para não participar na prova, recebeu o valor atribuído ao vencedor final: 22.500 liras!
Enquanto os seus adversários pedalavam em Itália, Binda percorreu a Europa participando em outras provas e embolsando ainda mais dinheiro. 

Os anos trinta 
Nos anos trinta foi introduzido o Prémio da Montanha, concretamente em 1933, mas apenas em 1974 o líder desta classificação começou a receber uma camisola específica.
Como disse anteriormente, Alfredo Binda venceu cinco Giros e até foi convidado a ficar em casa, mas isto foi antes de ser "ultrapassado" como o ciclista dominante por Gino Bartali. Era conhecido como o "Homem de Ferro da Toscânia", uma alusão à sua naturalidade. Bartali ganhou dois Giros durante a década de 30, mais especificamente em 1936 e 1937.

A década de 40 que só foi disputada em "metade" dos anos
O domínio de Bartali começou a ser questionado em 1940, a última edição da prova antes da Segunda Guerra Mundial, quando foi derrotado por um rapaz de 20 anos, o seu companheiro de equipa Fausto Coppi
A rivalidade entre Bartali e Coppi ficou mais "viva" após o fim da segunda guerra mundial. Bartali venceu em 1946, naquela que foi a sua última vitória na prova, e viu Coppi vencer no ano seguinte. Coppi apresentava-se com um homem fortíssimo no pelotão, e ganhou mais três Giros! Não satisfeito com o seu domínio em Itália no ano de 1952, tornou-se o primeiro ciclista a vencer o Tour de France e Giro na mesma temporada.

Os anos 50 e a etapa infernal
Antes disso a prova italiana tinha "conhecido" pela primeira vez um vencedor estrangeiro. O suíço Hugo Koblet foi o autor da façanha ao vencer a prova em 1950. Na década de 50 ninguém dominou a prova verdadeiramente. As vitórias foram repartidas, com Coppi, Charly Gaul e Fiorenzo Magni a serem coroados como vencedores duas vezes cada um durante a década. 
É nesta década que surge a etapa que é relatada por todos os apaixonados da modalidade como tendo sido realmente infernal: a etapa que levava os ciclistas de Merano até ao Monte Bondone.
Decorria o ano de 1956, uma tempestade de neve tornou a etapa impossível para muitos corredores. O luxemburguês Charly Gaul venceu a etapa com uma ajuda "muito espertinha" de Learco Guerra, seu director desportivo. 

Resumidamente na primeira contagem de montanha do dia Charly Gaul atacou, mas foi apanhado após fazer uma descida cautelosa. Na segunda montanha do dia Gaul atacou novamente, mas na descida sofreu dois furos e foi novamente apanhado. Na terceira contagem do dia, já debaixo de neve, Charly Gaul, passa em primeiro no "alto", após fazer a descida chega então aos "pés" do Monte Bondone. A neve e o vento por esta altura quase que impossibilitava o equilíbrio dos corredores nas bicicletas. 
Mas como que se fosse insensível à neve que ia caindo incessantemente e à temperatura que continuava a descer, Charly Gaul "foi por lá cima" e venceu a etapa com vários minutos de avanço. Ora então o que diz a "lenda" é que o seu director o encharcou com baldes de água quente para evitar que o frio o "afectasse" ao longo da subida. Como resultado desta "estratégia", Gaul acabou por ganhar o Giro.
Pasquale Fornara, que vestia a maglia rosa na etapa, estava a passar por tantas dificuldades que o seu director desportivo, "retirou-o" da discussão da prova para não o ver a sofrer. 

Os anos sessenta
Nos anos sessenta o domínio na prova tornou a ser repartido, com Jacques Anquetil (cinco vezes vencedor do Tour) a vencer em 1960 e 1964. Franco Balmamion ganhou dois Giros de forma consecutiva, em 1962 e 1963. Foi ainda durante esta década que surgiu a classificação por pontos, criada em 1966. 
Entre 1967 e 1969, o seu líder vestia uma camisola vermelha, mas a partir de 1970 mudou para a cor magenta
Já adivinham quem está para chegar nos anos sessenta? 
O canibal, Eddy Merckx! Mas sobre ele falarei noutro post...
 

Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.